Clã Bolsonaro racha sobre apoio a Tarcísio após tensão entre governador e ex-presidente

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A tensão entre Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em torno da reforma tributária do governo Lula provocou mais do que um racha na direita. A divisão atingiu em cheio a família do ex-presidente, e deixou em lados opostos os filhos de Bolsonaro – usualmente seus conselheiros na vida política.

Mais pragmático que os irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) encabeça o “deixa disso” e, nas palavras de um aliado, trabalha para manter a unidade da direita. Com o ex-presidente inelegível até 2030, Bolsonaro precisa de Tarcísio e Tarcísio precisa de Bolsonaro, avaliam Flávio e seu entorno.

Nas redes sociais, o senador condenou os ataques ao ex-ministro da Infraestrutura do pai. “Atacar Tarcísio, além de não ser inteligente, é uma grande injustiça. Foi um ministro competente, trabalhador e aceitou a missão de ser candidato a governador de SP por lealdade a Jair Bolsonaro. Siga firme, mostrando com trabalho sua importância para SP e o Brasil!”, escreveu o parlamentar.

Do outro lado da briga está o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), outra vez o “influencer” da nuance radical do bolsonarismo. Nos bastidores do PL, o comentário é que Carlos está colocando lenha na fogueira. Nas redes sociais, Carlos triangulou o ataque e mitou o presidente do seu partido e de Tarcísio, Marcos Pereira.

“Essa raça aumentou a bancada e o poder devido às palavras e ações do Presidente Jair Bolsonaro e hoje falam assim. Será por quê? Acho que é porque creem no que pregam!”, escreveu Carlos ao comentar declaração de Marcos Pereira de que o ex-presidente está isolado e é de extrema-direita.

No meio do caminho entre Flávio e Carlos está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP): irritado com Tarcísio, segundo desabafou a alguns, mas engolindo sapos para evitar atritos com os pragmáticos do PL. Ele construiu um bom trânsito inclusive com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Nas redes sociais, Eduardo concentrou as críticas na reforma tributária em si, e evitou comentar o papel de Tarcísio. “REFORMA TRIBUTÁRIA DO PT: bom para eles, ruim para o povo”, publicou.

Eduardo Gayer/Estadão

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