Presidente do Consórcio do Nordeste diz que Zema aprofunda lógica de país dividido e desigual

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O governador João Azevêdo (PB), presidente do Consórcio Nordeste, emitiu nota neste domingo (6) classificando como preocupante a defesa feita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do protagonismo dos estados do Sul e Sudeste.

A declaração de Zema foi dada em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Ao falar sobre a criação do Consórcio Sul, Sudeste, o governador disse que o grupo decidiu buscar protagonismo político, algo que para Zema ficou claro durante a discussão da reforma tributária.

“Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí nós falamos que não”, afirmou.

Para Azevêdo, a fala “indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste”.

“Indicar uma guerra entre regiões significa não apenas não compreender as desigualdades de um país de proporções continentais, mas, ao mesmo tempo, sugere querer mantê-las, mantendo, com isso, a mesma forma de governança que caracterizou essas desigualdades”, diz.

O presidente do consórcio afirma que a criação de um grupo semelhante pelas regiões Sul e Sudeste pode representar um avança se todos trabalharem no combate a desigualdade e respeito às diversidades.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) gravou um vídeo negando que a ideia de um novo consórcio seja para rivalizar com estados do Norte e Nordeste.

“A união desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de Estados contra Estados ou região contra região. Se trata de nós nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante para os Estados do Sul e do Sudeste”, disse Leite.

Ao compartilhar a gravação nas redes sociais, o tucano afirmou não acreditar que “Zema tenha dito nada diferente disso”. “Se disse, não me representa”, completou.

Géssica Brandino, Folhapress

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