A bancada do União Brasil na Assembleia Legislativa, formada por dez parlamentares, a maior da Casa, espera a temperatura baixar para marcar uma reunião visando tratar da liderança. A briga entre os deputados Luciano Simões e Marcinho Oliveira, atual titular do posto, segue intensa, inclusive com trocas de farpas em grupo de WhatsApp.
Nesta quarta-feira (20), o líder do partido ficou irritado ao saber que Luciano Simões o chamou de “Marcinho do PIX” em entrevistas a veículos de imprensa. “Fui chamado assim pelo deputado, acredito, porque tenho fama de bom pagador, e não de caloteiro, como ele”, escreveu Marcinho no grupo de WhatsApp da bancada. Luciano negou que tenha utilizado o termo e afirmou que o colega precisa “tomar vergonha na cara e agir como oposição”.
A briga começou quando Luciano Simões iniciou um movimento, na segunda-feira (18), para retirar Marcinho Oliveira da liderança da bancada após o parlamentar subir mais uma vez no palanque do governador Jerônimo Rodrigues (PT), neste mesmo dia, durante a inauguração de uma unidade de ensino em Euclides da Cunha. O líder do União Brasil foi convidado para a solenidade pelo prefeito do município, Luciano Pinheiro (PDT), de quem é aliado.
O tema chegou a ser rapidamente tratado em uma reunião da bancada de oposição com o prefeito Bruno Reis (União), mas a discussão, que começou antes do encontro, não avançou em função da ausência do próprio Marcinho, que estava em Euclides da Cunha. Para o líder, o correligionário de bancada é movido por uma disputa individual.
“O deputado Luciano era majoritário em Euclides da Cunha, mas perdeu o apoio do prefeito para mim. Ele tinha três mil votos lá quando era o deputado, e eu tive dez mil em 2022 só lá. Tanto é esse o motivo da briga que eu informei à bancada dessa agenda, que eu teria que ir por ser aliado do prefeito, e nada foi dito antes como obstáculo”, declarou em conversas com a imprensa.
Segundo apuração deste Política Livre, a tendência é que, apesar da briga, nada mude. Marcinho não deve pedir para sair da liderança, e nem será retirado. “Os ânimos irão se acalmar. É uma questão de ajuste. O líder sabe que não pode ficar subindo no palanque do governador. Isso desmoraliza o nosso grupo, que deve estar unido, e não brigando”, disse ao site o deputado Robinho, que é o favorito a assumir a liderança caso ocorra alteração.
“Eu só aceitaria ser o líder se houver consenso. Caso contrário, eu não aceitaria. Estou trabalhando pela unidade do nosso grupo. A oposição já é pequena, só tem 20 deputados na Assembleia, e não podemos nos dividir ainda mais”, acrescentou Robinho, que já criticou Marcinho quando o atual líder subiu no palanque do governador numa solenidade em Crisópolis, no início de agosto.
Fonte:Política Livre