A presidente do Sindicato do Magistério de Itabuna (SIMPI), Carminha Oliveira, expressou duras críticas aos vereadores de Itabuna, ao PCdoB e à presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindiserv), vereadora Wilmaci Oliveira (PCdoB) e ao prefeito Augusto Castro(PSD), durante entrevista à rádio Interativa FM.
As críticas giraram em torno da aprovação, pela Câmara de Vereadores, do Programa de Desligamento Voluntário dos Servidores (PDV), enviado pela prefeitura sem diálogo prévio com os professores
Segundo Carminha, o projeto foi aprovado de forma apressada e sem consulta às categorias afetadas, O SIMPI divulgou nota de repúdio pela votação do projeto sem diálogo com os professores.
Críticas ao PCdoB e à vereadora Wilmaci Oliveira
Carminha foi enfática ao criticar a postura de Wilmaci, que segundo ela, abandonou as bandeiras de luta do partido. “Em 2023, a sindicalista e vereadora Wilmaci acompanhou a nossa luta contra o projeto, pois me parece que ela não tinha nem conhecimento, pois prejudicava pessoas que tinha envolvimento com o próprio PCdoB, que teriam que devolver dinheiro e o governo já estava fazendo essa imposição”, lembrou Carminha Oliveira.
“Agora em 2024, a vereadora se comporta ainda pior, embora tenha obtido a terceira votação, professores inclusive votaram nela, até pelo respeito pela questão do trabalho, pois alguns diretores pediram, e a própria secretária, Adriana Tumissa que pertence ao PCdoB estava na campanha”., disse
“Então a vereadora Wilmaci não iria votar contrária ao governo, pois o PCdoB é o dono da secretaria no governo Augusto Castro, e ela tem além do seu partido no governo a secretaria na sacola dela. Então, ela como servidora pública, em uma relação de empatia e respeito aos professores poderia ter entrado em contato com nosso sindicato. Olha, professora Carminha houve uma mudança de horário, e eu gostaria de informar o novo horário da sessão plenária em que será votado o PDV”, ponderou.
Impacto nos professores
Ela também ironizou o fato de Wilmaci se autodenominar “mãe” do PDV, chamando o programa de “PDV da escuridão”. “Não sei se ela é a mamãe Noel de um PDV da escuridão. Sei que o prefeito está sendo o pai das trevas nesse momento para o professor, muita gente triste, chorando” contou.
“Daqui a dois anos ele lança como é nome? (pedindo auxílio) Andréia Castro (mulher do prefeito) deputada e acha que o povo vai esquecer. Pois podem ter certeza, professor de Itabuna não vai esquecer. Pois já sofreu violência no natal de 2023 e tá sofrendo violência de novo. Quando digo violência, é o psicológico, é o emocional dessa nossa categoria. Quando a vereadora coloca que as pessoas de idade iriam sair com uma mão na frente outras atrás não é verdade”, alegou.
Repercussão política e social
A presidente do SIMPI também criticou o prefeito Augusto Castro, apontando que a aprovação do PDV trará consequências políticas futuras. “Os professores de Itabuna não vão esquecer as violências emocionais sofridas, especialmente em momentos como o Natal, que deveriam ser de celebração e não de angústia”, afirmou.
O sindicato reforçou sua indignação com a falta de debate e participação popular, sublinhando que a aprovação “às escuras” do PDV é um desrespeito à história e à contribuição dos servidores públicos municipais.
Carminha Oliveira pontuou que o projeto votado do governo do prefeito Fernando Gomes oferece garantias ao servidor.
O que gerou o problema:
Segundo o SIMPI, o projeto que instituiu o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) foi votado pela Câmara de Vereadores sem diálogo com os professores.
De acordo com o sindicato, eles foram tomados de surpresa ao tomarem conhecimento de uma sessão da Câmara presidida pelo vereador Sivaldo Reis (PSD), na manhã de quarta-feira 27 de novembro, que, sem qualquer comunicação prévia votou a matéria à revelia, sem dialogar com os interessados.
A votação gerou uma nota de repúdio do Sindicato do Magistério Municipal de Itabuna (SIMPI), que expressou “indignação com postura dos vereadores, especialmente daqueles que são servidores públicos municipais, como a vereadora Wilmaci Oliveira (PCdoB), que não comunicou às demais categorias sobre a mudança no horário da sessão e não propôs emendas para melhorar a proposta da lei”.
“Esse ato é surpresa e uma de violação aos princípios democráticos de participação popular”, diz trecho da nota. Segundo o SIMPI, após realização de muito esforço, o sindicato conseguiu ampliar a quantidade de parcelas de 12 para 18 meses, o que ainda representa muito pouco, se comparado a outros municípios, que já pagaram indenizações bem mais vantajosas.
“Não é justo com a história do servidor público, especialmente, com a dos professores, que dedicam parte de sua vida a formar os cidadãos deste município, que sejam tratados desta maneira. Pelos prejuízos suportados, pela votação “às escuras”, pela falta de amplo debate e participação popular é que esta entidade sindical repudia a forma como este PDV foi proposto, votado e aprovado” conclui a nota.