Bruno Reis, prefeito de Salvador é sócio de empresário investigado na operação Overclean

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O prefeito de Salvador, Bruno Reis(UB) é sócio do empresário Samuca Franco,51 anos, que atua em Ilhéus sul da Bahia, alvo da operação Overclean da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos de emendas parlamentares, conforme reportagem da Folha de São Paulo.

Bruno se tornou sócio de Samuca Franco ao adquirir em 2022, quotas da empresa SPE Vento Sul empreendimentos imobiliários Ltda, conforme documentos registrados na Junta Comercial da Bahia.

De acordo com o apurado pelo jornal paulista, à época da compra, a empresa tinha 95% do seu capital social representado por Samuca Franco. O prefeito comprou 10% das quotas do empreendimento, no valor de R$ 60 mil, por meio da empresa BB patrimonial, cuja sociedade ele divide com seus filhos. À época, outros sócios também passaram a fazer parte dos negócios.

A SPE, segundo seu objeto social, atua na área de “compra, venda e permuta de imóveis próprios”, “incorporação e loteamento de áreas urbanas e rurais”, além de construção civil, administração e locação de bens próprios.

Além da sociedade, o prefeito Bruno Reis já demonstrou proximidade com Samuca Franco outras vezes.

Em um vídeo ele fala da sua amizade e carinho pelo empresário. Diz, por exemplo, que recebe ligações do empresário todos os dias.

“Vocês sabem da minha amizade, do meu carinho, do meu amor, mas principalmente da admiração que eu tenho por esse cara aqui, um irmão que a vida me deu, Samuca Franco”, diz o prefeito de Salvador.

Ao ser procurado pela reportagem, Bruno Reis disse, em nota divulgada por sua assessoria, que “o empreendimento citado se trata de um investimento no campo imobiliário em Ilhéus, no sul da Bahia, sem qualquer vinculação política ou com setor público, portanto, é relacionado à área privada”.

“Para este projeto, foi adquirida uma área no valor de R$ 600 mil para a implantação de um loteamento, com a participação de dez sócios. A BB Patrimonial, da qual Bruno Reis é sócio, adquiriu 10% do empreendimento, com custo de R$ 60 mil. O prefeito ressalta que o projeto não tem qualquer vinculação com os fatos que estão sendo apurados.”

A operação Overclean

A Overclean aponta a atuação de um grupo criminoso que teria atingido o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, especialmente na Bahia.

O grupo, segundo a PF, direcionava recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas ligadas a administrações municipais, com superfaturamento de obras e desvios financeiros. Ele teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos e obras superfaturadas.

Entre os citados nas investigações, está o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Por causa dessas menções, o inquérito da Overclean passou a tramitar no STF (Supremo Tribunal Federal), sob relatoria do ministro Kassio Nunes Marques. O conteúdo está sob sigilo.

São apurados os crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

A Overclean, cuja primeira fase foi deflagrada em dezembro do ano passado, tem entre os seus alvos pessoas que tinham proximidade com o grupo político de Reis, que é afilhado político do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto.

A terceira fase da operação Overclean foi deflagrada no dia 3 de abril pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União.

Ela levou ao afastamento do secretário de Educação da capital mineira, Bruno Barral, que foi titular da mesma pasta em Salvador entre 2017 e 2020, na gestão de ACM Neto, por indicação do PSDB.

Na primeira fase da operação, em dezembro, a Polícia Federal cumpriu 43 mandados de busca e apreensão, 17 de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens.

Entre os presos, estavam os empresários e irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, além de Lucas Lobão, que comandou o Dnocs na Bahia durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Também foi preso na época o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “rei do lixo”, que atuava no setor de limpeza urbana e era membro da cúpula nacional do União Brasil.

As prisões foram revogadas pela juíza Daniele Maranhão, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que determinou que os suspeitos usem tornozeleira eletrônica e não mantenham contato com outros investigados.

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