Aqui tem prefeito de município pequeno, que não tem condições de bancar um hospital grande, afirmou o governador.
A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera no Hospital Estadual da Criança (HEC) e a criação da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe Leste) em Feira de Santana foram algumas ações apresentadas pelo governador Jerônimo Rodrigues na segunda-feira (22), em sua passagem pela cidade.
Em entrevista coletiva, o governador destacou diversos investimentos que estão previstos para a Bahia e região de Feira de Santana, bem como o que já está sendo realizado.
“Agora em março nós vamos entregar mais um hospital grandioso em Teixeira de Freitas, no Costa das Baleias. Já iniciamos o de Alagoinhas. Estamos fazendo entregas quase que semanalmente de ampliação em Salvador”, relatou.
Sobre os problemas referentes à regulação dos pacientes do estado, o governador pontuou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é internacionalmente respeitável e que para que a saúde funcione é necessário o trabalho conjunto entre o poder público.
“O presidente passado queria acabar com o SUS, mas o SUS foi mais forte. O SUS não existe se o governo federal e estadual não fizerem a sua parte, mas se os dois fizerem e o município não fizer, a garganta encolhe e o que era para ser organizado, não consegue fazer”, declarou.
Ele destacou que Feira de Santana, ocupando o posto de segundo maior município do estado, a demanda nos hospitais é muito maior.
“Nós não vamos nos furtar para colocar para dentro, seja no corredor, seja onde for, (os pacientes) não vão ficar do lado de fora”, afirmou o governador.
Segundo Jerônimo, a secretária de Saúde, Roberta Santana, esteve na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Estadual de Feira de Santana e registrou as filas enormes que têm se formado nas recepções. Problema este denunciado algumas vezes através do portal do Acorda Cidade.
Ele criticou a falta de cooperação do poder municipal em assumir algumas responsabilidades da saúde pública.
“Se não fosse o SUS, morreriam muito mais do que morreriam na pandemia da covid-19. E nós temos que fazer o nosso papel. Eu não vou me furtar ao papel de governador na área da saúde. Eu já falei com Roberta, não baixe a guarda, bote para dentro. Salvar vidas é papel do médico, da enfermeira. Qualquer um da área de saúde quando assina e faz o juramento é para que a gente possa salvar vidas”, declarou.
O governador ainda questionou quantas unidades da cidade funcionam com a capacidade idêntica a da UPA e pontuou que o governo do estado nunca deixou de realizar parcerias com o município.
“Queremos fazer mais, mas o que não dar é assumirmos as responsabilidades que não é de um município pobre. É de um município que pode pagar a conta. Temos que fazer um debate com a Câmara de Vereadores, porque nós não vamos sair do nosso lugar, da nossa responsabilidade, mas é importante que a Câmara assuma o seu papel no sentido de fazer um debate, uma audiência pública para gente apurar. E não estou falando de oposição, o que eu quero é salvar vidas”, disse Jerônimo em coletiva.
Jerônimo ainda citou como exemplo, que exames simples como preventivos não deveriam ser realizados em UPAs. Os postos de saúde, segundo ele, deveriam assumir essa responsabilidade e realizar o encaminhamento, mas a falta de estrutura do município não permite isso, abarrotando também filas nas unidades do estado.
Ele pontuou que esses serviços de prevenção são importantes para a saúde pública.
“Todas às vezes que abrimos uma feira de saúde é uma fila sem fim, porque quem procura o serviço tem casos graves, casos que já saem de lá para cirurgias, mas na sua grande maioria, tem casos que são preventivos. Preventivo não se faz em hospital público como este, não se faz em uma UPA e não precisa ser doutor para saber disso não. Os postos de saúde precisam estar com capacidade para poder acolher e de lá fazer a orientação para encaminhar as pessoas. Pode colocar 10 mil leitos aqui, mas se não curar na torneira, na ponta, não vai funcionar. Isso não é um sistema maduro”, declarou.