Pacheco faltou a um evento em Minas Gerais ao lado de Lula exatamente para tratar do tema na última sexta-feira (26).
O agravamento da crise entre os poderes, nas últimas semanas, levou a ala política do governo Lula a temer derrotas nas próximas votações. Principalmente, na do Perse, programa criado na pandemia para incentivar o setor de eventos, e que o governo agora tenta reduzir.
Na semana passada, o presidente Lula acertou os pontos com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Agora, tem nova missão: fazer o mesmo com presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após estresses ligados à desoneração da folha de pagamentos.
Pacheco faltou a um evento em Minas Gerais ao lado de Lula exatamente para tratar do tema na última sexta-feira (26).
Aliados do senador alertam que Lula rompeu acordo com o Congresso ao vetar o projeto prorrogava a desoneração da folha de 17 setores intensivos em mão de obra. Esses aliados dizem que, agora, não se responsabilizam por eventuais derrotas do governo no Legislativo.
Além disso, senadores alertam que a decisão do governo, que teve apoio do STF, vai ter efeitos políticos na disputa da eleição municipal e em votações no Legislativo.
No Supremo, o placar está cinco a zero contra a prorrogação da desoneração, com um pedido de vista do ministro Luiz Fux.
Semana para negociar
O governo conta com uma vantagem: o feriado do Dia do Trabalho, nesta quarta (1º), que esvazia o Congresso na semana e amplia o tempo para negociação.
O governo tenta evitar que o Congresso derrube vetos importantes no Orçamento deste ano e no projeto das saidinhas, por exemplo, com o feriado, a sessão ficou para o dia 9.
Enquanto isso, no Senado, o governo tenta garantir a aprovação de uma modelagem menor para o Perse. A Câmara aprovou que o programa passe de R$ 30 bilhões para R$ 15 bilhões anuais.
Na avaliação de líderes governistas, o clima para esses dois objetivos já estava ruim, mas agora piorou com o embate direto entre a equipe econômica e o Senado.
A relatora do Perse no Senado, Daniela Ribeiro (PSDB-PB), vai propor a correção pela inflação nos próximos três anos do benefício fiscal.
Fonte: g1