Por José Avelange Oliveira: O que faltou, no aniversário da cidade

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Aniversariantes costumam ter diferentes reações, em suas datas de aniversário. Uns reúnem amigos e fazem comes e bebes, outros, preferem encarar o dia de seu nascimento como um dia qualquer. Há os que contam com grandes surpresas e os que fazem balanço da própria existência. Mas, quando o aniversariante é um município, uma cidade, como se costuma falar, o que deve acontecer?

Em princípio, não há lei geral que trate desse pormenor. Cada gestão faz à sua maneira e a maneira do povo é esperar sempre mais. O povo gosta de comemorações e o comércio as agradece. Então, é possível acompanhar, pela imprensa e pelas conversas digitais ou presenciais, um certo ar de quem queria um Primeiro de Agosto mais festivo, em Riachão do Jacuípe. Por festivo entenda-se comemorativo, com cantores e bandas, ou não.

Do ponto de vista da economicidade, a não contratação das chamadas atrações musicais de peso é correta, por outro lado, o descuido em construir uma programação de baixo custo e alto valor artístico e cultural justifica as críticas. Crítica, de fato, é um elemento que não pode causar estranheza aos agentes públicos. Nessa perspectiva, é que certas insatisfações precisam ser lidas.

A verdade é que o município tem uma dívida histórica com seus agentes culturais que, nessas ocasiões precisam ser mais lembrados, mobilizados, requisitados a mostrar o que a população local, o ecossistema, etc. têm de melhor e mais bonito. O problema talvez seja exatamente esse de se compreender o aniversário da cidade como dia de fuzarca, somente e, se ninguém vê nenhuma fuzarca, entende que tudo passou em branco. Essa visão simplista também merece ser superada.

Por outro lado, é possível que o que tenha faltado mesmo, no Primeiro de Agosto, foi uma ampla mobilização civil e governamental local para o balanço existencial do município, através de fóruns presenciais, mostras da arte jacuipense, histórias, encenações, reverência à ancestralidade, às personalidades que construíram esta cidade e, claro, alguma festividade sóbria que não pesasse nas contas públicas. É esta a expectativa que se faz para os aniversários futuros.

Por José Avelange Oliveira:

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