Coluna Por José Avelange Oliveira: Qual a novidade possível para as eleições do ano que vem?

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Não faltam pessoas cansadas da mesmice do cenário pré-eleitoral, que parece se repetir a cada quatro anos, em cidades como Riachão do Jacuípe e muitas outras. Cidadãos, especialmente do campo progressista, esperam ver alguma coisa realmente nova ganhar corpo, em termos de alternativa ao desenho que se anuncia para o pleito municipal de 2024. Mas, o que seria? Ou quem seria?

Uma pessoa, por si só, um nome promissor, por exemplo, pode até agitar uma onda de crença em mudanças. Ocorre que, em política, assim como em religião, não há salvadores de carne e osso e, quando há, esses pobres viventes não dão conta do fardo imenso que atiram em suas costas. O que poderia se constituir, então, em autêntica novidade política para o ano que vem?

Durante conferência eleitoral do PT, na última semana, o presidente Lula procurou estimular os pré-candidatos do partido a redescobrir o trabalho de base e dialogar com o segmento evangélico. É consenso entre lideranças progressistas e estudiosos desse campo que a esquerda ou centro-esquerda tem se afastado dos bairros, comunidades e movimentos populares, facilitando a presença de partidos de direita e extrema-direita, nesses ambientes.

No caso de Riachão do Jacuípe, a título de exemplo, basta comparar a atuação das pastorais sociais, dos sindicatos e entidades civis, em geral, nos anos 1990 e início dos anos 2000, com a forma como atuam estas mesmas instituições, na atualidade, para então percebermos quanto o município perdeu, em se tratando de mobilização e engajamento de lideranças comunitárias, ao abandonar uma prática social que tinha começado bem e seria capaz de desembocar no surgimento de projetos políticos de base, com perspectivas reais de vitória nas urnas.

Isto posto, não é o caso de se gastar o tempo com mera lamentação. As sociedades têm suas dinâmicas, agora tudo muda numa velocidade sem precedentes, de forma que não se pode fazer as vezes de velhos ranzinzas, reclamando a volta ao passado. Melhor é arregaçar as mangas e lançar mão de novas e antigas maneiras de dialogar, agregar, propor…

Nesse sentido, uma proposta realmente nova para um cenário pré-eleitoral emperrado naqueles problemas envolvendo candidatos autoproclamados, seria provocar as entidades civis a construírem, elas mesmas, o projeto de governo que sabem ser o mais adequado e mais capaz de responder às demandas históricas do povo.

Uma vez tendo o projeto esboçado, exaustivamente discutido com a coletividade e finalmente aprovado, aí seria o momento de se conversar sobre os nomes daqueles que melhor pudessem representá-lo, nas eleições. Afora essa possibilidade, não parece haver mesmo nenhuma novidade política no radar, por enquanto.

Coluna Por José Avelange Oliveira

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