A Importância de Preservar a Caixa D’Água de Riachão do Jacuípe: Um Monumento à nossa História e Identidade

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A caixa d’água do bairro que leva seu nome, construída em 1965 por Lomanto Jr., é um marco da história de Riachão do Jacuípe. Em uma época em que o acesso à água tratada era escasso, ela representou um avanço significativo, ajudando a suprir a demanda de uma cidade inserida no semiárido baiano.

Mais do que uma simples estrutura de concreto, essa obra simbolizou o progresso e o esforço da nossa comunidade em superar as dificuldades impostas pela deficiência de recursos hídricos. Hoje, mesmo desativada, a caixa d’água mantém um valor histórico e paisagístico que não deve ser ignorado.

Embora já não seja usado para o fornecimento de água, sua importância vai além da função original. A caixa d’água é um testemunho da nossa história e um lembrete das lutas que nossos antepassados travaram para garantir o acesso a um bem tão precioso como a água. Em uma cidade do semiárido, onde o acesso à água ainda é um desafio, preservar esse monumento é fundamental para manter viva a nossa identidade e a memória coletiva.

No Brasil, diversas caixas d’água foram revitalizadas e transformadas em importantes monumentos culturais, contribuindo para o turismo e a preservação histórica. Um exemplo notável são as Três Caixas d’Água de Porto Velho (RO) , também conhecidas como “Três Marias”, que foram instaladas entre 1910 e 1912 para abastecer a cidade. Hoje, elas são tombadas como patrimônio histórico e fazem parte da identidade visual de Porto Velho, aparecendo inclusive na bandeira da cidade. Além de seu valor histórico, o entorno das caixas d’água foi revitalizado, tornando-se um ponto de encontro cultural e turístico na Praça das Três Marias​

Figura 1. Caixa D´água Três Marias em Porto Velho requalificada

Outro exemplo relevante é a Caixa d’Água de Olinda (PE) , projetada pelo arquiteto modernista Luiz Nunes em 1934. Este monumento representa a fusão entre a arquitetura funcional e o modernismo brasileiro. Sua estrutura branca, com detalhes em cobogós, se destaca na paisagem histórica de Olinda, proporcionando uma vista privilegiada da cidade e do mar.

Já em Pelotas (RS), a histórica caixa d’água da Praça Piratinino de Almeida, importada da França em 1870, foi restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Esse monumento, que até 2009 ainda abastecia a área central da cidade, agora se integra à paisagem cultural de Pelotas, contribuindo para o turismo e para a valorização do patrimônio local.

Figura 3. caixa d’água da Praça Piratinino de Almeida em Pelotas

Com o apoio da comunidade e a visão certa, é possível transformar estruturas antigas em monumentos que reforçam a identidade local e promovem o turismo e a cultura. Aqui em Riachão do Jacuípe, nossa caixa d’água tem o mesmo potencial.

Ao invés de ser deixada ao abandono, essa estrutura pode ser revitalizada e integrada à vida da cidade de uma nova maneira, preservando sua importância histórica e conferindo-lhe um novo uso como espaço cultural e mirante para celebrar a relação da cidade com a água, um recurso tão vital em nossa vida.

Essa revitalização seria uma maneira de conectar o passado ao presente, garantindo que as gerações futuras conheçam e valorizem a história de nossa região: afinal somos o RIACHÃO DO JACUÍPE!.

Portanto, acredito que a preservação da nossa caixa d’água deve ser uma prioridade, tanto para o poder público quanto para a comunidade. Não podemos permitir que esse símbolo tão importante seja demolido ou esquecido.

Revitalizar a caixa d’água não seria apenas um tributo ao passado, mas uma oportunidade de unir a cidade em torno de um projeto que valoriza nosso patrimônio e reflete nosso espírito de resiliência. Convido nossos amigos e conterrâneos a se engajarem nessa luta pela preservação desse monumento.

O que está em jogo não é apenas uma antiga caixa d’água, mas um pedaço da nossa história! Que a caixa d’água de Riachão do Jacuípe não seja apenas um monumento silencioso, mas sim um símbolo vivo de que, mesmo diante dos maiores desafios, sempre lutamos – e continuaremos lutando – por uma cidade mais justa, melhor e mais conectada à sua história e ao seu povo.

Texto: Francisco Tadeu Carneiro Filho – Advogado, ex-vice-prefeito e Produtor Rural

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